sexta-feira

Melanina cheirando a paixão

Superado o susto de achar que estava perdendo o primeiro jogo do Brasil, vendo esse jogo da África do Sul, veio-me a dúvida fashion: esse uniforme da seleção africana é Zara, HM ou Topshop? Porque, convenhamos, está na cara que é alguma fast fashion totalmente Brazil inspired. Achei chique que a camisa é daquelas dry fit apertadinhas. Adoro ver mamilos ouriçados!

Mas isso não importa.

Este post é para avisá-los que daqui a pouco vai ter flash mob em frente a concentração da África do Sul. Vamos fazer serenata para a seleção da melanina cheirando a paixão. Primeiro cantaremos Meu Ébano da Alcione. Vou levar meu violão cravejado com 7000 mil pedrinhas de Swarovski, tudo feito pela mão abençoada da Mammy Gloss. Vamos coreografar nus a dancinha tendência usada na comemoração do gol. Depois, vamos cantar Ilumina da Ivete Sangalo, em homenagem ao gol do Tshabalala. Não precisa levar o seu motumbo, estamos com alguns metros sobrando. 

Em seguida, rumaremos para a concentração da seleção do México, onde vamos acender uma Vela em homenagem ao cabrones mexicanos. Vou levar também cópias dos meus DVDs de La Usurpadora, para esses mexicanos aprenderem com Paola Bracho como é que se faz uma boa humilhação. De repente, eles podem utilizar essa tática nos próximos jogos.

Já decoraram a letra?


Texto escrito por @francfloyd e @camiladmarques, com colaboração de @HugoGloss

quarta-feira

SEXACAMPEÃO

escrito por @francfloyd e @Cassi_rod
com colaboração de @HugoGloss




Estava eu, enrolado no gesso redutor de medidas, com meus óculos especiais, assistindo minha LED TV 3D, quando o "Torpedão Campeão", digo, Faustão aterrissou na minha frente com sua nova pele verde-amarelo-redução. Por um momento, pensei estar revendo "Alice no País das Maravilhas"de tão original que era o figurino. O contato imediato de terceira dimensão com aquela hecatombe fashion, além do susto, me fez lembrar que – sim, eu já sei! – estamos em véspera de Copa do Mundo.

Todos os holofotes estão virados para a África do Sul e, como tudo que reluz por lá, ou é diamante, ou é o sorriso de um Deus Ébano no escuro, já decidi: Zuma, estenda o tapete vermelho, porque Gloss está chegando.

O começo da minha relação com o futebol não foi nada passional. Lembro-me que na escola, nas aulas de educação física, tramava mais que vilã de novela mexicana para não participar do futebol. Inventava dor de cabeça, enrolava os pés com retalho, simulava ataques epiléticos, falsificava atestados médicos e, por fim, sem mais recursos e desculpas, disse que não poderia jogar porque estava com cólica menstrual. A partir desse dia, o professor desistiu e me deixou livre para brincar de peteca e queimada com as meninas.

Minha liberdade não durou muito. Vovô Destreza, que tinha o maior desgosto pelo meu atraso de macheza, pegou por missão transformar meu gloss em graxa. O sonho dele era que eu me tornasse mecânico. Vovô era, por assim dizer, um holligan do Agreste: fanático por futebol, alcoólatra e agressivo. A maior diversão dele era ir todo domingo para o Bar Ponto de Apoio. Lá ele se exibia para a dona abrindo garrafas com os únicos dois dentes que lhe restavam - daí o apelido, assistia a jogos de futebol, enchia a cara e ameaçava os outros clientes com Tânia, a peixerinha que sempre levava na cintura. 

Desde pequeno vovô me oferecia cerveja com gelo, que ele tomava na leiteira de casa. Sempre beberiquei, mas jamais apreciei o sabor amargo da cevada. Dentre os incontáveis planos de vovô para me tornar hominho, estava me levar para assistir aos jogos da Copa do Mundo na super televisão 14 polegadas do Ponto de Apoio. Até hoje, quando falam em Copa, me vem à memória a imagem horrenda daquele bar, decorado com aquelas bandeirinhas de papel crepom, todas sujas de cocozinhos de mosquito e ensebadas com o óleo das frituras. E o cardápio? Se não era aprovado pela Vigilância Sanitária, muito menos o era pelo IBAMA. Uma verdadeira chacina ambiental: perninha de rã frita, farofa de tatu e cozidinho de veado. Minhas pernas tremiam quando eu lia o nome desse tira-gosto. 

Eu sentia minha elegância ser estuprada e esquartejada por aquele ambiente hostil e inóspito. A única coisa que me alegrava eram os ovos rosa e o Guaraná Jesus. Achava chique. Fingia que era champagne rosé. Nos dias em que estava de bom humor, Vovô Destreza deixava eu comer um ovinho, mas nunca entendeu porque, antes de comê-lo, eu o lambia todo. Gostava do rosado que ficava em minha boca. Hoje continuo lambendo, por razões diferentes, é claro, mas não menos dignas. Os amigos de vovô logo começaram a caçoar de mim, diziam que eu só comia coisas rosadinhas. Para provar que eu era machinho, vovô me proibiu de beber refrigerante e comer ovo e me obrigou a beber pinga e comer torresmo.

Vocês não queiram saber o que é misturar Gloss com torresmo e cachaça. Gritei descontroladamente quando um jogador fez um gol impedido. Afinal, é ou não é baphônyko, num campo cheio de homens, quando um jogador consegue destacar sua beleza e suas coxas, correndo na frente dos outros? Não conseguia entender como aquele povo achava impedimento ruim. Para mim aquilo era inveja do jogador. Sempre quando eu via alguém correr sozinho lá na frente eu gritava: AHASA! 

Foi também nesse dia que desmaiei ao ver a seleção da Itália enfileirada cantando o hino nacional. Quando acordei, estava com uma obstinação: eu tinha de P-O-S-S-U-I-R aqueles jogadores italianos, nem que fossem as figurinhas do álbum da copa. Mas como? Uni o útil ao agradável. Todo sábado os meninos da rua faziam Campeonato de Poeiraos camisas contra os sem camisas. Se eu fui lá com a intenção de participar? NOT! Me arrumei todo, lavei minhas Havaianas – pois sempre odiei chinelo encardido –, hidratei meus lábios com margarina, peguei minha  personal capanga e alcei voo rumo ao terreno baldio.  Os meninos simplesmente não me deram as figurinhas. Tive de pagar prendas para ganhá-las e a pior de todas foi calçar uma chuteira, entrar no jogo e ter de fazer um gol. Como não estava conseguindo, resolvi espalhar o meu Gloss. Fiquei plantado na frente do goleiro e quando vinha em minha direção algum fifi animadinho com a bolaameaçava-lhe com uma bitoca. Os bofinhos sempre fugiam e eu, esperto, roubava a bola e tentava o gol, até o momento em que consegui e me libertei daquela prenda maldita. Chegando em casa, desenhei um coração de batom na parede e preguei todas as figurinhas. Mal consegui dormir naquela primeira noite.

A partir dali que evoluí e hoje, realmente, tenho paixão, não por futebol, mas por jogadores. Por isso posso dizer, DUNGA NÃO ERROU. Nós temos de ter a consciência que nem todo técnico de futebol é assim... uma Susana Werner: que tenha a visão de trocar um Ronaldo por um Júlio César. E uma seleção que tem Kaká, representante na terra da beleza angelical ungidacomo diria nossa irmã Cleycianne, não precisa de mais nenhuma benção. Se me incomodo com a convocação de Grafite? Bem, se esse Grafite for ponta grossa, devidamente prensado pode dar um diamante artificial, o que já dá pro gasto, não é mesmo? Só fico sentido de o Ganso não ter ido. Já imaginou ele afogando as mágoas de uma derrota? Quanto ao resto da seleção, é tudo camarãozinho: a gente despreza a cabeça e come o corpinho. Você pode até ter alergia a crustáceos, mas não ao dinheiro! Há ryquezza entranhada em todos os poros de cada um dos convocados, não nos enganemos.

Enquanto eu estiver na África, por favor, me chamem de Hugo Mandela. Quero acabar com o apartheid, vou lutar pela fim da segregação dos times, quero todos juntos numa suruba multicultural. Quero montar a seleção glossificada, nem que para isso eu tenha que invadir vestiários, fazer safári nas concentrações e macumba na porta dos estádios. Não vou deixar a minha vuvuzela,  toda trabalhada nos Swarovski by Camargo se calar enquanto não colocar Piqué e Ibramovic juntinhos num só time, que bata bolas sem dó nem piedade.

Nessa copa, vou reivindicar dos jogadores a dose de testosterona que a vida não me deu. Vou acabar com a minha subnutrição de amor. Vou me contaminar com o vírus da paixão. Vou consolar todas as seleções derrotadas. Vou admirar as coxas bem torneadas, os encontrões de corpos suados, as cuspidas viris nos gramados, as ajeitadas de mala e, principalmente, a hora das trocas de camisas. Porque a Copa não é boa somente para sair mais cedo do trabalho, fifis. Copa é um banquete de EROS, esperando boquinhas glossificadas como a minha e a sua para devorá-lo. Bon profit.

A maior Ola do Mundo



Um dos meus trauminhas de futebol era quando o meu avô me levava para assistir jogo no estádio. Eu tinha pânico daquela muvuca. A única parte que eu gostava era o momento da “Ola”. Sempre adorei coreografar. Quando aquela onda humana vinha na minha direção, eu me levantava loucamente e jogava os braços para o alto e gritava: "ALOOOOOOKA".

Por isso fiquei super serelepe quando vi que uma grande disputa pela maior "Ola" do mundo aconteceria via Twitter. Já imaginou, fifi, participar de uma "Ola" virtual e ainda concorrer a pacotes para a Final da Copa do Mundo?

Pois então, corra para o portal da TwexicanWave, faça o login com os seus dados do Twitter e participe!

Para entrar em uma "Ola" basta postar, pelo site da TwexicanWave, um tweet com uma foto (fazendo a "Ola, claro) e usar a hashtag #TwexicanWave, para computar a sua participação. Cada vez que alguém usar a hashtag sem postar a foto, aquela "Ola" será 'quebrada'.

No dia 25 de junho, quem estiver na maior Ola concorrerá aos pacotes.

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