quinta-feira

Mais do que Gloss: Mais que Social

O movimento “Mais Que Social”, com pouco mais de duas semanas de vida, causou horrores e já impactou a humanidade mais que a Revolução Francesa (nossa única concorrente de peso). Toda coluna social que se preze já divulgou o movimento e teceu críticas fervorosas. Nossos iPhone e Blackberry não param de tocar. Todos os jornalistas querem falar com ele, Hugo Gloss, o mártir da nossa ideologia perfumada. Ele tem recusado falar com a imprensa . Está cansado dos jornalistas resumirem suas entrevistas quilométricas em apenas duas linhas. Para manter a integridade do movimento, ele falou com exclusividade para o "Mais Que Pior":


- Você morreria pelo movimento “Mais Que Social”? Nunca! No máximo fingiria um desmaio.


- E lutar por uma causa? Para que, amado? Você gasta a sua beleza e quando a briga terminar ela já vai estar fora de moda. Eu lanço causas, que espalham por si mesmas, não preciso brigar para convencer as pessoas a gostarem do melhor.


- Você tolera a ditadura? Super tolero. A ditadura da moda e também aquela outra DitaDura.


- Cesta Básica? Nem pensar. Cesta mais do que básica, meu amor. Adeus ao arroz e feijão. Vida longa à Veuve Clicquot e ao Foie Gras. As pessoas andam subnutridas de elegância e glamour.


- O "Mais Que Social" pretende lançar algum programa, à semelhança do Bolsa-Família? Você tá louco, fifi? Comeu "carbo" depois das 18h, foi? Não sou o pai que passa a mão na sua cabeça porque a vida-madastra te chicoteia. Talvez, muito talvez, eu faça um Bolsa-Hermès.


- O que é a liberdade? Liberdade é você poder ir e vir. Ir para Dubai e pagar U$ 10.000,00 de diária do Burj Al Arab e depois voltar para Paris e gastar o PIB de um país africano nas comprinhas de final de semana.


O movimento já tem algum desafeto? Sim. Todo movimento tem um inimigo. No nosso caso, temos uma vilã: a Heloísa Helena. Ela aterroriza e ameaça diariamente a nossa ideologia com aquele visual fossilizado de blusinha branca e calça jeans. O que é isso, companheira? Até os "sans-cullote" tinham mais estilo.


- O declínio de uma ideologia? O Senador Suplicy trocar a bandeira vermelha do PT pela tanga vermelha do Super-Homem.


- Você tem alguma esperança com o cenário atual? Olha, a Era Obama tem sido tudo. O Obama será lembrado como um paradigma. Ele fez os políticos abandonarem as gravatas vermelhas e carregadas da Era Bush. Agora os tons estão bem mais claros e leves. E o Obama é um ótimo produto fashion. Ele tem sido inspiração para camisetas super descoladas.


- Mas e da política brasileira, aproveita alguma coisa? Somente a "Marta". Não a Suplicy, claro. Mas a base da mesa do nosso venerado Clodovil, em formato de cobra naja. Aliás, o amado Clô nos deu várias lições:




(Texto escrito por @francfloyd, com colaboração de @hugogloss e @camiladmarques)