quarta-feira

BAFÃO!! Coluna da Mônica Bergamo, Folha de São Paulo

Sumiço de roupas vira escândalo "secreto" na Daslu


Um misterioso sumiço de roupas agitou, por várias semanas, os corredores da Daslu, a butique que congrega algumas das grifes mais exclusivas e caras instaladas no Brasil.

As mercadorias começaram a desaparecer de prateleiras e cabides aos poucos. Mas, em determinado momento, o desfalque chegou a R$ 200 mil.


Há alguns dias, a bomba explodiu: a ladra era uma alta funcionária de uma das joalherias instaladas na própria butique.


Como várias outras mulheres que ocupam cargo de importância em lojas autorizadas a funcionar na Daslu -em geral, pessoas de alto poder aquisitivo e amigas das próprias frequentadoras do lugar -, ela tinha permissão para pegar roupas de grifes e levar à joalheria para mostrar às clientes.

Acontece que, uma vez com a roupa, a gerente retirava os detectores da peça -aqueles que disparam um apito quando a pessoa sai da loja sem pagar -e saía tranquilamente pela porta da frente com a mercadoria surrupiada.


Depois de uma investigação interna, feita com a ajuda de câmeras, o mistério foi desvendado. Os detectores foram encontrados num esconderijo na joalheria. O escândalo, por "razões humanitárias", foi abafado.


A mulher acusada dos furtos foi encaminhada para um tratamento psiquiátrico. A butique não comenta.


(Notícia extraída da versão online da Folha de São Paulo do dia 30 de setembro de 2009. Coluna da jornalista Mônica Bergamo.)

quinta-feira

Matéria no Jornal O TEMPO de BH!




Fake famoso
Postado por Rodrigo Soares
blogdepapel@otempo.com.br

Na internet, pelo menos no dia de hoje, uma verdade é absoluta: o Orkut ficou para trás. O Twitter é o grande queridinho dos internautas e, a cada dia, novos usuários aderem ao site para debaterem sobre tudo que vier à cabeça.

O mais popular entre todos os twitteiros brasileiros hoje é, como não poderia deixar de ser, uma figura televisiva: Luciano Huck. E, com o apelo da telinha, vários outros famosos também possuem um séquito de seguidores que, em muitos casos, superam populações de diversas cidades ou países ao redor do mundo: Marcelo Tas, Marcos Mion e Bruno Gagliasso, apenas para ficar entre alguns nomes.

Quem também figura nesta lista é Christian Pior, conhecido por ser um dos personagens do programa "Pânico na TV". Entretanto, a versão "twitteira" do personagem não é comandada por Evandro Santo (que vive Christian na TV), mas um cover que, em um caso no qual o criador supera a criatura, possui mais seguidores do que o "oficial" (o cover possui mais de 250 mil leitores, enquanto o ator tem "apenas" 144 mil).

"O perfil foi criado em 2008 como uma brincadeira. Às vezes eu postava no meu perfil pessoal frases que ele dizia na rádio ou que ele postava no blog dele, por isso eu resolvi criar o @christianpior e fazer a mesma coisa lá. No começo eram poucas postagens, até que um dia comecei a comentar mais notícias e programas de TV", afirma o responsável pelo perfil, que prefere não se identificar. "Coloca aí que dizem que é um ser iluminado que vive de herança e twitta usando wi-fi dos melhores hoteis 5 estrelas da Europa", responde ele, questionado sobre o que poderíamos dizer sobre sua identidade.

E quem pensa que existe algum problema entre fake e original, engana-se. Embora muito se tenha dito na mídia sobre a suposta intenção de Evandro Santo processar o seu cover, de fato nunca houve nenhum problema entre eles.

"Desde o começo, quando começaram as polêmicas, sempre preferi entrar em contato diretamente com ele para resolver eventuais problemas. Quando os veículos de comunicação resolveram adotar o Twitter como fonte de informação para publicar matérias, o Evandro achou que era necessário eu deixar mais visível que ele não era o responsável pelo perfil, pois jornais estavam publicando frases minhas como se fossem dele. Por conta disso, coloquei a palavra ‘cover’ na foto, que é um fake evoluído digitalmente", diz o humorista da web. Santo aprova a "homenagem" e desmente qualquer intenção de tirar o cover do ar. "Ele é muito criativo."

Mas, pelo menos por enquanto, o fake não quer sair da sombra do anonimato. Embora tenha alguns planos para o futuro - que inclusive passam por criar outras facetas com o mesmo tipo de humor -, como Christian Pior ele diz não ter planos de expandir seu "trabalho" ou transformar seus ácidos comentários em dinheiro.

"Eu nunca pensei em ter sucesso ou fazer dinheiro com Twitter. E nem poderia. Christian Pior não é uma criação minha e não seria ético ou profissional que eu ganhasse dinheiro usando o nome do personagem do Evandro. Isso quem tem que fazer é ele. É mesmo uma forma de diversão. Pode ser que no futuro eu crie um outro personagem, mas por enquanto é apenas uma ideia", diz o fake.

Seguidores
Até a tarde de ontem, Luciano Huck (@huckluciano) possuia 993.576 seguidores. Marcelo Tas (@marcelotas) tinha 349.248, Marcos Mion (@mionzera), 284.657, e Bruno Gagliasso (@bgagliasso), 220.819.

Christian Pior cover
Além do Twitter, é possível ler um pouco mais da suposta vida do personagem emwww.maisquepior.blogspot.com. "O blog também é usado às vezes quando quero postar algum conteúdo maior. No momento, não tenho a pretensão de aumentar minha área de atuação, até porque não tenho para onde expandir", diz o misterioso cover.

Anonimato
Sobre as especulações acerca de sua identidade, o fake diz se divertir muito. "Já disseram que sou uma mulher e que sou um perfil escrito a oito mãos. Aí eu brinquei que sou um polvo e não sabia." Mas ele acredita que, se revelar quem verdadeiramente é, a graça acaba. "Acredito que haja quem queira saber, mas também acho que a maioria das pessoas não está muito preocupada com isso. Elas preferem não saber, porque leem os posts com a voz do Christian, o que é, de fato, a intenção", diz ele.

Fake
Além de Christian Pior, alguns outros covers ou personagens fazem muito sucesso na web, entre eles O Criador (@ocriador), que escreve como se fosse Deus, ou o de José Mayer (@zemayerfactso), que twitta brincando com a fama de conquistar do famoso galã de novelas.

Publicado em: 24/09/2009

Entrevista de @christianpior no Diário da Manhã, de Goiânia

CLIQUE NA FOTO PARA AMPLIAR. Leia a matéria completa sobre perfis "Fake" no www.dmdigital.com.br (Seção REVISTA DIGITAL) ou a versão somente texto no www.dm.com.br

segunda-feira

Intervalo

Assíduos e asseados leitores, pelos próximos dias não vamos psicografar a história do @christianpior. Calma, não se descabelem. É uma breve licença capacitação, para nos aperfeiçoarmos na arte do bem-viver. Estamos particularmente ansiosos com nossa aula de Gramática da Navalha - Aprendendo Termos que Só a Vida Ensina. Aproveite esse tempo de calmaria para reler os textos, é o nosso passatempo predileto. No início de outubro voltaremos. Ele, @christianpior, continuará no Twitter.

domingo

In Paris with Paris

Depois de juntar milha por milha desde o meu primeiro cartão de crédito, finalmente consegui dar um upgrade na minha existência e fazer uma viagem na primeira classe. O meu destino? Não é mais a pobreza, mas sim Paris. Quando embarquei, fiz aquela cara de “isso tudo para mim não é nada”. O luxo nunca me intimidou, a ideia de uma vida simplória, sim, aterroriza-me.

Quando sentei e olhei para o lado, adivinhem quem estava lá? A modelo, atriz, cantora, escritora, empresária e, sobretudo, a herdeira: Paris Hilton. Ao seu lado, estava Marlyin Monroe, sua cachorrinha, com um look a la Xuxa: pelos descoloridos e jaquetinha jeans. Quase tive um piripaque. Respirei fundo e mantive a compostura. Fiquei me corroendo por dentro, meu coração sapateava de emoção. Agora eu só tinha um objetivo em mente: até o final daquele voo eu seria o BFF da Paris.

Tive um pequeno probleminha no início: a desgraçada da cachorra não facilitou minha aproximação. Implicou comigo e não parava de latir. Eu dava risadinhas simpáticas, mas na verdade queria estrangular aquele rato peludo histérico. Paris me surpreendeu. Pediu desculpas pelo comportamento inadequado de Marlyin. Disse que a cadela estava estressada porque não era habituada aos voos comerciais.

Fiz a linha “sou fútil e amo meu yorkshire”. Disse para ela que também tinha uma cadelinha, a Rita Cadillac. Contei que não a tinha trazido porque ela era bem velhinha e estava com uma dor misteriosa no intestino há 11 dias. Os médicos suspeitavam ser síndrome do cólon irritado. No entanto, eu disse que não confiava muito naquele diagnóstico. Confessei que não me saía da cabeça a tarde que Rita passou com um rottweiler. Paris se comoveu e também confessou que Marlyin não estava tão bem. Inclinou-se para o meu lado e sussurrou que ela estava se recuperando de uma crise de alopécia, que quase ficara careca e que aquilo corroera sua auto-estima canina. A sorte foi ter encontrado um tratamento experimental de implante de pelos. Senti que ali, em meio às confidências, formou-se um laço amizade.

Voltei para leitura da minha Vanity Fair. Paris mais uma vez me surpreendeu. Tirou da sua Bottega Veneta  um livro: Hell de Lolita Pille. Para você, querido leitor, que mora nesta economia emergente de terceiro mundo e gasta todo o dinheiro que tem na lanhouse da esquina, perde tempo bisbilhotando a vida alheia no Orkut, em vez de se informar para sair da pobreza, Lolita é um patricinha francesa mui loca que escreveu um livro autobiográfico sobre sua vida desregrada no luxo e glamour.

Eu, que sou tendência, já tinha lido o livro de cabo a rabo. Inclusive, anotei os trechos preferidos no meu Moleskine. Ficamos, então, trocando nossas citações preferidas. Logo na primeira frase, em que a protagonista Hell se apresenta, Paris se extasiou e, como uma criança que quer compartilhar seu momento de euforia, releu: “Eu sou uma putinha. Daquelas mais insuportáveis; da pior espécie. Meu credo: seja bela e consumista.” “Trabalhar não faz parte da longa lista dos meus talentos”.

Não demorou muito, não se aguentando de tanta empolgação, ela leu outro trecho para mim: “A verdade é que a gente fica completamente de saco cheio sem ter mais nada o que desejar. O  mundo é pequeno demais, com oito anos a gente já deu umas dez vezes a volta nele na classe executiva...” Mal terminou de ler e me perguntou: “Isso não é a mais pura verdade?!”. Nem pestanejei e disse que sim, que era um tédio mesmo. Mas pensei cá com meus botões... Aos oito anos, quando papai queria me agradar, ele passava brilhantina no meu cabelo e me colocava na carroceria do caminhão. Como ele não tinha dinheiro para comprar um toca-fitas, a gente ficava rodando na cidade até que tocasse As Frenéticas no rádio. Então começávamos a cantar loucamente pela cidade: “Eu sei que eu sou bonita e gostosa e sei que você me olha e me quer”.

Recordações à parte, eu e Paris soluçamos de tanto chorar quando relemos a parte em que Hell entra em crise em frente à vitrine da Baby Dior por ter feito um aborto. Aproveitei este instante de comoção. Abri-me com ela. Falei que minha família também administrava uma bem-sucedida rede de “hotéis” chamada Shana Graúda. Enfim, contei minha história de vida. Dei aquela maquiada, é claro. Ela amou tudo que falei. Já era de se esperar, foi apenas mais uma celebridade que se rendeu ao meu ar de sibarita e, inevitavelmente, tornou-se minha BFF.

Chegando em Paris, segurei nos braços de Paris, olhei fixamente em seus olhos e disse: “Amiga, vamos transgredir! Quero escornar embaixo do Arco do Triunfo com uma garrafa de Champagne Cristal! Quero violar a lei francesa! Quero usar aquele rastreador eletrônico no tornozelo. Quero que o nosso rastro de luxo e esbórnia seja monitorado!”. Ela me levou para festas privadas no Ritz. Montados em um Porsche, dirigíamos bêbados na Champs-Elysées ao som de Silicone Soul. Gongávamos horrores as pessoas. Fizemos vídeos proibidos. Tiramos fotos comprometedoras. Enfim, tornei-me a tampa da sua Le Creuset.

Em um belo dia, sem mais nem menos, ela acordou e disse que não era mais minha BFF. Que a minha amizade para ela era “so last season”. Eu chorei, entrei em depressão. Paris sem Paris não tinha sentido. Meu mundo caiu. Pensei em vingança. Felino que sou, ameacei colocar os vídeos dela no meu blog. Ela se importou? NOT! Muito pelo contrário, usou aquela ideia contra mim. Como sabia de todo o meu sucesso no Twitter, ela disse que ia revelar minha identidade.


Texto escrito por @francfloyd, com colaboração de @camiladmarques.
(Todas as citações do nome @christianpior referem-se ao personagem "cover"do Twitter. O perfil verdadeiro do Evandro Santo é @santoEvandro).

sábado

Viver é um luxo... para poucos

A vida não é fácil. Para você, colega. Para você...
Uns já herdam, antes mesmo de nascerem, o precioso material genético da Angelina Jolie. Como se isso não bastasse, saem direto do útero de uma estrela de Hollywood para o quarto de um hospital boutique no sul da França. Passarão os seus primeiros dias regurgitando o leitinho azedo no trapézio-escândalo do Brad Pitt. Para esses, a vida estendeu o tapete vermelho e disse: “Venham passear, minhas estatuetas douradas de bocão carnudo”. A sina deles: viverem enfastiados de tanto dinheiro e cansados da própria beleza.
Outros, que não ganharam o Oscar de Melhor Vida, já nascem carregando nas costas desalinhadas o fardo do vexame genético dos pais. Como se não bastasse, saem direto de um útero massacrado pelas tentativas de aborto para um quarto nublado com a fumaça de Hollywood. A mãe não parou de fumar nem na hora do parto. Terem nascido com todos os órgãos já foi uma vitória. Aliás, a vida deles será marcada por uma sucessão de vitórias e prêmios: acordar, comer, levantar, comprar uma televisão... Tudo para eles será uma dádiva e eles terão de agradecer até mesmo pelo ar que respiram, senão serão castigados. Arrastam uma culpa eterna desde o nascimento, principalmente porque a mãe lhes joga na cara o tempo todo que teve a vagina rasgada por suas cabeças grandes. Sua sina: levar uma vida genérica e só restar como prova de sua existência a certidão de nascimento (se tiver sido plastificada).
Eu, @christianpior, não sou um, nem outro. Sou filho da pobreza material e da riqueza de espírito. Sou único. Sou sui generis. Sou do terceiro gênero. Sou um homem-exclamação. Sou autodidata na finesse. O que a vida não me deu, eu comprei. À custa de muito tratamento estético, superei o meu determinismo genético. Por isso, não me venham com aquele ditado: “rapadura é doce, mas não é mole não”. Isso para mim não é problema, porque tudo que é duro eu chupo, colega. Se a vida é madrasta, eu sou o filho ingrato. Se eu “venci na vida”? Não, eu “venço a vida” e a coloco no devido lugar, que é embaixo do meu Manolo Blahnik.
Batalhei muito. Ainda não consegui tudo que quero. Sou um útero parideiro de vontades. Uma fonte inesgotável de consumo. Tenho dívidas. Estou devendo para mamãe uma perineoplastia. E, se Deus quiser, vou conseguir dar de presente de Natal a cirurgia de reparação de esfíncteres para o papai.
Mas no momento, tenho outras prioridades: ME AGRADAR. Nem te conto qual foi o último mimo que me dei. Ou melhor, conto sim, mas só no próximo post. Au revoir, minhas pombinhas-gira da paz.


Texto escrito por @francfloyd, com colaboração de @Cassi_rod
(Todas as citações do nome @christianpior referem-se ao personagem "cover" do Twitter. O perfil verdadeiro do Evandro Santo é@santoEvandro).